Verticalização em Curitiba avança apenas 2% em dez anos
Verticalização em Curitiba avança apenas 2% em dez anos
O índice de verticalização de Curitiba cresceu apenas 2% nos últimos dez anos. A informação é resultado de um levantamento realizado pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) que revelou que, em 2010, os apartamentos corresponderam a 27% dos domicílios na capital paranaense, totalizando 152.947 unidades. Em 2000, os apartamentos correspondiam a 25% dos domicílios em Curitiba (117.013 unidades).
O estudo revelou que, entre as 20 cidades mais verticalizadas do país, Curitiba ocupa a décima sétima colocação e detém o menor índice entre as capitais da região Sul. Porto Alegre ocupa a terceira posição no ranking, com participação de 47% dos apartamentos nos domicílios (237.297 unidades). O município de Florianópolis ocupa a sexta posição, com participação de 38% dos apartamentos nos domicílios (55.759 unidades). A cidade de Santos é a mais verticalizada do país, com índice de 63% (91.228 unidades).
O presidente da Ademi/PR, Gustavo Selig, explica que o principal motivo para o crescimento da verticalização na capital paranaense é a escassez de grandes terrenos para construção, especialmente em regiões próximas ao centro da cidade. Entretanto, afirma que o índice está aquém do esperado para uma capital com pouca extensão territorial, como Curitiba.
“A associação acredita que existe muito mercado para a verticalização e que se faz necessária uma mudança urgente na lei de zoneamento para que isto avance e se evitem os vazios urbanos e a desvalorização de algumas regiões”, defende Selig. A última atualização da Lei de Zoneamento, em Curitiba, foi em 2000.
Um dos pleitos da associação é o aumento do potencial construtivo das regiões chamadas ZR-3, de média densidade e com permissão para construção de edifícios residenciais de até três pavimentos, que compreendem bairros como Portão, Seminário e Água Verde.
Outra solicitação é a autorização para a implantação de edifícios comerciais nas zonas chamadas de ZR-4, de alta densidade e que possibilitam a construção de edifícios residenciais de até seis pavimentos, localizadas próximas a eixos estruturais e conectores, como as ligações Centro-Capão Raso e Centro-Santa Cândida, e a região central. “No modelo atual, a legislação impossibilita o crescimento do setor comercial que é tendência na produção imobiliária em regiões ao redor do centro de Curitiba”, diz Selig.
Entretanto, o presidente da Ademi/PR ressalta que se faz necessária a atuação dos órgãos públicos nestas regiões, a fim de que elas possam receber os novos empreendimentos. “A verticalização aquece muito a economia de um bairro, facilita a questão do deslocamento para acesso a comércio e serviços, mas também depende de uma boa infraestrutura urbana, com equipamentos públicos adequados e facilidade de acesso ao transporte coletivo”, destaca Selig.