Perspectivas para o mercado imobiliário 2024

Perspectivas para o mercado imobiliário 2024

14 de dezembro de 2023

As perspectivas para o mercado imobiliário em 2024 são boas e tendem a acompanhar os resultados de 2023. Mesmo com um início de ano com incertezas, devido ao cenário econômico político brasileiro, o setor cresceu acima da média da inflação.

De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Abrainc/Fipe), o crescimento geral do mercado, nos primeiros sete meses deste ano, foi de mais de 14% em relação a 2022.

Deste total, as habitações populares representaram 18,3%, totalizando mais de R$11 bi em transações. Já os imóveis de médio e alto padrão somaram mais de R$10bi e representaram 15% do crescimento total.

Com um desempenho tão positivo, o que se pode esperar para 2024? Para os especialistas, o cenário é favorável e as expectativas estão altas. Desse modo, as principais apostas estão na redução da taxa de juros e nas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida.

Confira como foi a valorização dos imóveis em Curitiba em 2023

Queda na taxa Selic

Em 2023, a Selic, taxa básica de juros da economia, girou em torno de 12%, índice considerado alto e que, consequentemente, encarece o crédito. Contudo, as projeções são para que a Selic atinja entre 8% e 10% em 2024. 

Ou seja: quanto menores as taxas de juros, maiores são as vendas por meio de financiamentos e o índice previsto vai impulsionar os lançamentos e a venda de imóveis no Brasil. 

Até agosto de 2023, a venda de imóveis no Brasil cresceu mais de 2023. Isso, de acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Logo, caso as taxas de financiamento caiam e a economia do país esteja favorável, a tendência é que esse índice de crescimento se mantenha.

Mas não é só isso. O crescimento do setor imobiliário pode ser potencializado também por  outros dois fatores. Um deles é o recém-sancionado Marco Legal das Garantias, que visa à redução do custo de crédito e da inadimplência. O outro, está atrelado às mudanças no programa Minha Casa Minha Vida do governo federal. 

Assim, a aposta da Associação Brasileira das Entidades do Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de que 2024 seja um dos melhores anos do setor para a concessão de financiamento. O que explica este otimismo são a inflação e o desemprego controlados, a estabilização do câmbio e a melhora do poder de compra do brasileiro.

Como ficam os preços no mercado imobiliário em 2024?

Embora preveja-se a queda na taxa de juros, os preços no mercado imobiliário em 2024 não devem cair. Isso porque o estoque de produtos está baixo e a demanda deve aumentar. 

Recentemente, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança  (Abecip), revelou uma alta de quase 6% no preço dos imóveis comercializados no Brasil, no terceiro trimestre de 2023. 

Em Curitiba, os dados da última pesquisa da Ademi-PR ,em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica, de setembro/2023, mostram uma valorização anual de 11,1% no preço médio do metro quadrado privativo dos imóveis residenciais novos – o dobro da variação registrada pelo IPCA no mesmo período – ultrapassando os R$ 12 mil.

Com isso, vislumbra-se um bom momento para o mercado, com a retomada dos lançamentos e a adequação da taxa de juros. Será um ótimo momento para a compra do imóvel, em função do baixo estoque de imóveis à venda e da maior oferta de crédito para financiamento imobiliário

Minha Casa Minha Vida impulsiona o setor

As mudanças recentes no Minha Casa, Minha Vida devem fortalecer o programa habitacional do governo federal e, da mesma forma, impactar nas condições de compra de imóvel.

As principais alterações estão relacionadas à diminuição da taxa de juros para financiamento, ampliação do subsídio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para entrada no imóvel e aumento do limite máximo para o valor dos imóveis incluídos no programa.

Para 2024, o governo federal estipulou R$13,7bi para o programa, valor que vai contemplar obras já iniciadas e novas unidades a serem contratadas. Além disso, essas alterações podem alavancar o mercado imobiliário no próximo ano, especialmente, se confirmado o aporte de R$92 bilhões para o FGTS para o ano que vem.

Nos últimos 15 anos, o Minha Casa, Minha Vida movimentou mais de 6 milhões de unidades. Dessa forma, estes valores impactam não só quem adquire o imóvel, mas também toda a indústria, principalmente em nível de geração de empregos. 

Funding para as empresas do mercado imobiliário em 2024

O funding para as empresas do mercado imobiliário também deve crescer em 2024. Com relação a financiamento para incorporadoras, é possível pensar em mais crédito para a produção. 

Uma opção para as construtoras e incorporadoras é o mercado de capitais. Esse tipo de recurso é bastante comum em outros lugares do mundo e cada vez mais será discutido no mercado brasileiro. Bem como, deve haver um maior apetite do mercado para aporte em operações lastreadas em garantias e projetos imobiliários, tais como FII, LIG, CRI dentre outros.

Além disso, em se tratando de investimentos de forma geral, há ainda a confiança de que o Brasil esteja no ranking dos países onde vale a pena apostar. Segundo os especialistas, o país, atualmente, é visto como um mercado emergente de baixo risco, uma vez que dispõe de legislações e regulamentações estruturadas. Em dólar, o metro quadrado do país é barato, se comparado a outros países e vai permanecer no radar de investimentos. 

Saiba mais sobre as tendências para o mercado em 2024:


Foto: Pedro Ribas/SMCS