Metaverso no mercado imobiliário: grandes apostas
Metaverso no mercado imobiliário: grandes apostas
O metaverso no mercado imobiliário é uma realidade para as empresas do setor. Em síntese, essa é a avaliação de especialistas que participaram de edição recente do Ademi Talks, que teve como tema ‘As grandes apostas do metaverso no mercado imobiliário’.
Assim, participaram do bate-papo a CEO da YDreams Global, Karina Israel; o pesquisador em realidade virtual Rodrigo Arnaut, CTO da Esconderijo Hub; e o presidente do Fórum de Internacionalização de Empresas, Leonardo Tripoli. O encontro foi mediado pelo diretor da Ademi-PR, Ricardo Reis, responsável pela Academia Ademi.
Na avaliação dos debatedores, o primeiro passo é compreender que o metaverso reúne uma série de avanços tecnológicos já consolidados. Entre eles, os de ambiente virtual, realidade virtual e realidade aumentada.
Ou seja, apostar no metaverso é dar sequência a investimentos e projetos que muitas construtoras e incorporadas experimentam ou experimentaram no campos das tecnologias da informação.
Descomplicar o que é metaverso
Dessa forma, para Rodrigo Arnaut, é preciso descomplicar o entendimento sobre metaverso. Além disso, desvincular como sendo exclusividade do grupo Facebook (agora denominado Meta). Em sua análise, não se trata de um espaço absolutamente novo. “Metaverso é qualquer lugar em que se usa realidade virtual”, afirma.
Nesse sentido, defende ele, tecnologias como Google Maps, Google Earth e Street View, e ainda de jogos online já se configuram como metaverso. Afinal, todas elas possibilitam uma imersão da pessoal para uma outra realidade para além daquela física.
“Com óculos; ou com os ‘bonequinhos do Street View’, conseguimos percorrer ruas, entrar em museus, em prédios. É possível tirar fotos. Para mim, isso é metaverso, porque já é imersivo”, sublinha Arnaut.
Pensar para o mercado imobiliário
Dessa forma, o mercado imobiliário pode pensar em projetos em realidade virtual para os empreendimentos. Isto é, montando espaço virtuais, “com fotos em 360 graus, cadastrando imóveis no Street View, criando ambientes desses imóveis. É possível fazer isso e chamar de metaverso”.
Tecnologicamente, não é nada que demande criações e dispositivos para além daqueles usuais por equipes de arquitetos na elaboração dos projetos de construção. “Os [formatos de] arquivos carregam em qualquer ambiente [virtual]”, observa o pesquisador.
Definição do conceito
Por sua vez, Karina Israel sublinha que o conceito de metaverso carece de uma melhor definição. De fato, acrescenta ela, trata-se de uma tecnologia que “embarca” outras. Tanto que pouco se diferencia, por exemplo, da ‘second life’ (ambiente virtual tridimensional).
Contudo, há um quesito mais específico do metaverso: ser um espaço mercadológico. “O que tem a mais em relação a ‘second life’ é que, no metaverso, os participantes têm ferramentas para criar, co-criar, remixar conteúdos para comercializar [nesse ambiente]. Tem a ver com dinheiro.”
As perspectivas do metaverso no mercado imobiliário
Com isso, as perspectivas para o mercado imobiliário vão além da transposição de empreendimentos do mundo físico para ambientes virtuais, realidade virtual ou realidade aumentada.
Então, trata-se de empresas do setor entender o metaverso como um lugar para negócios de empreendimentos dentro de tal ambiente. “É ter um terreno no metaverso e nele construir, vender uma casa, um edifício”, ilustra a executiva.
Mercado internacional
Logo, diante do que se vislumbra, “é importante os empresários do mercado imobiliário estarem atentos, para pensarem outros tipos de projetos e produtos”, conforme as palavras de Leonardo Tiroli.
Ele, que já atuou no setor imobiliário em Campinas, diz ser testemunha do quanto a presença no ambiente online impulsiona negócios na área. “O metaverso vem como mais um salto. É importante surfar nessa onda, com fator de diferenciação. Inclusive, para vender para mercados internacionais.”
O especialista cita uma sugestão: “Uma incorporadora pode criar um ambiente – uma rua, por exemplo – reunindo todos os seus empreendimentos. O cliente visita a rua, percorre os empreendimentos, para conhecer. E a incorporadora faz a venda online também.”
Em seu ponto de vista, o mercado imobiliário “cresceu bastante” em presença em ambientes virtuais. No entanto, constata, “falta ser mais interativo” nesses ambientes.
Confira, a seguir, o bate-papo na íntegra: