Metade dos imóveis lançados em Curitiba é vendida na planta
Metade dos imóveis lançados em Curitiba é vendida na planta
Metade dos imóveis lançados em Curitiba, em média, foi vendida na planta (antes do início da construção da obra), em 2009. A informação é do presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Selig, que conta que o índice é superior ao de 2003, quando os percentuais não ultrapassavam 20% e grande parte da produção era comercializada após a entrega das habitações.
“Hoje, em sua maioria, os empreendimentos são entregues com quase todas as unidades vendidas, quando não, todas. Existe uma tendência de que isto aconteça em todo o Estado”, destaca Selig. Este é o caso dos edifícios residenciais Creta e Apollo, em fase de implantação pela Hestia Construções e Empreendimentos na capital paranaense, nos bairros Água Verde e Seminário, respectivamente.
As vendas do primeiro, que terá 46 unidades, foram iniciadas em julho de 2008 e apenas seis unidades estão disponíveis para comercialização, com valor, em média, de R$ 377 mil. No Apollo, das 22 unidades, apenas uma está disponível. Neste caso, as vendas começaram em outubro de 2008 e os imóveis têm valor médio de R$ 289 mil. Ambos serão entregues até o fim deste ano. Segundo Selig, desde o lançamento até a entrega, o índice de valorização do imóvel na capital paranaense varia de 20 a 25% sobre o seu valor de compra.
A facilidade de acesso ao crédito para financiar a construção e a compra do imóvel e os avanços da legislação na área do direito comercial e do consumidor são apontados por Selig como os principais fatores que levaram à superação do medo de comprar na planta. “Um grande avanço neste sentido foi a criação de dispositivos legais que possibilitam a contabilização separada dos empreendimentos e das atividades da empresa, como o patrimônio de afetação. Hoje se a construtora tem um problema, a obra não entra na massa falida da empresa e o cliente tem preferência e garantia no ressarcimento relativo ao valor do bem adquirido, caso a obra não seja entregue como o acordado”, conta.
Além disso, Selig afirma que os consumidores estão mais atentos na hora de escolher a construtora ou a incorporadora da qual vão adquirir o imóvel. “O cliente não compra apenas o produto, mas também a empresa. Isso faz com que ele saiba todo o histórico dela, antes mesmo de chegar ao plantão de vendas”, ressalta. Visitar a sede da empresa e verificar se o empreendimento em negociação está com a documentação em dia – projeto aprovado pela prefeitura municipal, registro de incorporação e memorial descritivo averbados – também são alguns dos procedimentos indicados pela Ademi-PR para dar mais segurança ao negócio.
Selig afirma ainda que a profissionalização das empresas do setor, com destaque para as de origem familiar, também trouxe mais segurança para este tipo de negociação. “Nestes últimos sete anos, quem não se profissionalizou, não sobreviveu. Hoje quase todas construtoras e incorporadoras paranaenses estão sólidas e bem estruturadas”, ressalta.
Nem a crise financeira reduziu o ritmo dos negócios. “Ao contrário, a crise incentivou a compra do imóvel na planta. O investidor que estava com o dinheiro parado na conta, diversificou ou mudou as aplicações por se tratar da aquisição de um patrimônio”, explica Selig. O bom momento do mercado imobiliário também está conquistando quem busca a casa própria. “Até um ano atrás, os investidores eram os maiores compradores de imóveis na planta. Hoje, as pessoas que adquirem um imóvel para sua própria moradia estão quase superando os anteriores em número de vendas nesta modalidade”, revela