Mercado imobiliário: o que esperar?
Mercado imobiliário: o que esperar?
Conjuntura econômica marcada por altas taxas de juros. Também, novos hábitos de morar no pós-pandemia. Ainda, o comportamento de quem procura imóvel como investimento. Essas e outras condicionantes estiveram em pauta na mais recente edição (número 18) do Ademi Talks. “Mercado imobiliário: o que esperar?” foi o tema central da conversa.
O bate-papo online reuniu Ilso José Gonçalves, da JBA Imóveis; Izabel Maestrelli (Imobiliária Tantus) e Cristiano Viana (Sym Imóveis). Por sua vez, o diretor da Academia Ademi-PR e CEO da Reis Real Estate, Ricardo Reis, conduziu o webinar.
Locação, a ‘bola da vez’
Tanto Izabel Maestrelli como Ilso José Gonçalves destacaram o bom momento do segmento de locação. Segundo a executiva da Imobiliária Tantus, isso decorre das taxas elevadas de juros, as quais encarecem financiamento e restringem as vendas.
“Inclusive, estamos com falta de imóveis para locação, em Curitiba e no Brasil de um modo geral. E o valor da locação subiu significativamente, depois de anos em baixa”, avaliou a especialista.
Igualmente, o executivo da JBA Imóveis constata esse movimento. “Quando se coloca um imóvel para locar, a locação sai rápido”, afirmou Gonçalves.
Nesse sentido, o executivo ressalta ser a compra de imóvel para locação como um “ótimo investimento”, hoje.
O melhor investimento
Por sinal, o imóvel segue como melhor opção de investimento, reiteraram os debatedores. “Em relação a investimentos mais tradicionais, como CDB, CDI e poupança, o investimento em imóvel rendeu três vezes mais”, calculou Izabel Maestrelli.
O fator segurança é o que mais conta a favor, conforme as palavras de Cristiano Viana. Assim, observou, há um movimento de pessoas investindo em imóveis para alugar. “Pela valorização da locação, esta é uma possibilidade de atração de investidores em imóveis”, explicou.
Nesse aspecto, Viana apontou o segmento de imóveis de dois e três dormitórios como interessante opção para quem deseja investir para locação. Atualmente, é um segmento de “demanda carente”, tanto para quem compra para morar, como para quem adquire para locar.
Com isso, a oferta se volta a imóveis residenciais do tipo studio. Entretanto, de acordo com sua avaliação, quem em determinado momento da vida opta por morar no studio, futuramente vai demandar apartamento um pouco maior. “Quem compra hoje [esse tipo de imóvel] para moradia, depois quer ir para um apartamento com dormitórios”.
Mercado imobiliário: o que esperar?
E para os próximos meses, o que esperar?
Segundo os debatedores, é preciso entender novos hábitos de consumo do mercado imobiliário.
Viana disse ter conhecimento que, entre empresas do setor, o primeiro trimestre foi de crescimento de vendas em relação a igual período de 2022. Contudo, “a jornada de compra está mais lenta; a tomada de decisão do cliente está mais lenta”.
O executivo imobiliário acrescentou: “o cliente está mais seletivo, em especial dentro de alguns nichos de interesse, como nos de médio e alto padrão”.
Já Gonçalves assinalou notar uma tendência de preferência crescente por imóveis usados. Nesse caso, reflexo da conjuntura socioeconômica: como a renda de estratos da população cresceu aquém das condições de financiamento e dos valores de imóveis novos, o usado se estabelece como opção mais acessível.
“O valor do imóvel usado não subiu tanto quanto o do novo: 10% de um, 30% do outro. Os juros estão em 10%, 11%, mais TR”, citou, demonstrando como isso impacta na hora de o consumidor se decidir entre as duas opções.
O Ademi Talks pode ser conferido, na íntegra, nos canais da Ademi-PR no YouTube e no Spotify.