Juro baixo e desejo por mais espaço elevam vendas de imóveis em julho
Juro baixo e desejo por mais espaço elevam vendas de imóveis em julho
Permanecer em casa por longos períodos, e fazer do lar um espaço multiuso, vem despertando nas famílias o desejo por mais conforto e segurança. Essa nova consciência, provocada pela pandemia da Covid-19, aliada à redução da taxa de juros e a novas modalidades de financiamento, é uma das principais causas para a retomada do mercado imobiliário nos últimos dois meses.
De acordo com pesquisa da Datastore Mercadometria e Pesquisa de Mercado, mais de 11 milhões de famílias manifestaram intenção em adquirir um imóvel nos próximos 24 meses. “O número cresceu 13% em relação ao levantamento de junho e deve impactar nos dados da Caixa Econômica Federal sobre o desempenho do Programa Minha Casa Minha Vida no primeiro semestre. Entre janeiro e março, 66,5 mil unidades foram contratadas, num total de R$ 7,4 bilhões”, prevê Eduardo Consorte, diretor de Inteligência Imobiliária da Prestes Construtora e Incorporadora.
Uma das maiores empresas do setor no Paraná – com 5 mil unidades em construção e 4 mil entregues nos últimos 11 anos -, a Prestes vendeu 400 unidades apenas em julho e agosto, nas cidades de Ponta Grossa, Londrina, Castro, Apucarana, Guarapuava e Tibagi. A empresa se prepara agora para novos empreendimentos que serão construídos em Curitiba e também em Cambé.
“Agora, o imóvel é o investimento mais certeiro. Em momentos de crise, o setor se mantém constante ou em crescimento, pois boa parte dos investidores tira seus recursos dos bancos e de investimentos de alto risco para aplicá-los em imóveis”, explica o especialista.
Consorte observa que a pandemia provocou dois pensamentos importantes no consumidor: sobre futuro e sobre moradia. “As pessoas começaram a repensar espaço, jardim, reformas, mudança, a importância que o lar tem em sua vida. O que estava sendo esquecido em um dia a dia cheio de compromissos, quando a família saía de manhã e retornava a noite, vem à tona agora que todos ficam mais em casa”, comenta.
A tendência é de que o mercado continue em alta a partir daqui. “Os consumidores enxergaram a necessidade da mudança e da compra do imóvel: quem já estava planejando decidiu comprar e quem ainda não estava, começou a busca”, acrescenta.