Imóveis em Curitiba: licenciamentos crescem 150% e vendas, 42,2%
Imóveis em Curitiba: licenciamentos crescem 150% e vendas, 42,2%
Com destaque nos segmentos luxo e superluxo, o mercado de imóveis em Curitiba mantém no segundo semestre de 2021 a tendência de crescimento em relação a 2020. É o que mostra a mais recente pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Paraná (Ademi-PR), em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica. O levantamento traz dados referente aos três primeiros trimestres do ano (janeiro a setembro últimos).
O número de alvarás liberados para novas unidades residenciais, por exemplo, saltou 150%, em comparação com o mesmo período de 2020, passando de 18 mil. “É a maior quantidade desde o pico de 2010 e 2011”, assinala o consultor e sócio da BRAIN, Guilherme Werner. Naqueles dois anos, o total de alvarás liberados foi, respectivamente, de 21 mil e 19,3 mil, relembra o especialista.
Por sua vez, a quantidade de unidades residenciais vendidas somou 4,6 mil em de janeiro a setembro de 2021. Trata-se de um aumento de 42,2% em relação ao mesmo período de 2020. No mesmo intervalo de tempo, o número de unidades lançadas subiu 52,2%, passando das 4,9 mil unidades.
Velocidade de venda
Do total de unidades residenciais lançadas, 66% delas já foram vendidas. De acordo com a pesquisa, o VSO – indicador que mede a velocidade de venda dos imóveis – está mais elevado entre os apartamentos superluxo (VSO 10,0) e luxo (VSO 9,0).
Nesse indicador, houve uma mudança de comportamento no segundo semestre deste ano. Até junho, a maior velocidade de vendas era registrada nos imóveis padrão standard (VSO 11,0). Na avaliação do consultor da BRAIN, a alteração decorre das recentes elevações das taxas de juros e do consequente encarecimento do crédito. Essas altas impactam de forma mais direta a comercialização de imóveis de tal padrão.
“Isso pode ser explicado por alguns fatores, mas destaco, principalmente, o próprio aumento no volume de lançamentos nesses padrões o que, consequentemente, alavanca as vendas. Além disso, esse cliente dispõe de recursos em poupança, realocando os valores de forma imediata nos imóveis por entender que há uma janela de oportunidade para a compra, sobretudo pelas movimentações macroeconômicas do país”, explica o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.
A pesquisa aponta ainda que o preço médio do metro quadrado das unidades residenciais vendidas ficou em R$ 9,3 mil. A diferença de preço entre um apartamento padrão econômico (R$ 4 mil/m²) e o superluxo (R$ 15,8 mil/m²) é de quase quatro vezes. A média de preço dos apartamentos padrão luxo está em R$ 10,2 mil/m².
Estoque de imóveis em Curitiba
Segundo Werner, há uma tendência de estabilidade nesse indicador. “Mesmo com o aumento expressivo de unidades lançadas pelo mercado em Curitiba, temos uma estabilidade do estoque. Estamos no patamar entre 6 mil a 7 mil, o mais perto do verificado em meados de 2019, quando tínhamos 5,7 mil unidades em estoque”, observa o consultor.
Região metropolitana
O levantamento da Ademi-PR com a BRAIN traz também dados do mercado imobiliário em nove municípios da região metropolitana de Curitiba: São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Campo Largo, Araucária, Pinhais, Colombo, Campina Grande do Sul, Piraquara e Fazenda Rio Grande.
Nessas cidades, o número de unidades residenciais lançadas entre janeiro e setembro deste ano chegou a 3,8 mil. Já é uma quantidade 25% maior do que os lançamentos de todo o ano de 2021. Por outro lado, o estoque está em 1.724 unidades, bem menor que as 2,5 mil unidades em estoque em 2020.
“Por vários motivos, entre eles o aumento no preço de terrenos e nos custos, é nítida a dificuldade dos empreendedores em lançar produtos econômicos, enquadrados no Programa Casa Verde Amarela, dentro de Curitiba. Isso faz com que o escape natural para este produto sejam os municípios da Região Metropolitana, que acabam por absorver essa demanda de produtos não viabilizados na capital”, analisa Werner.
Pissetti lembra ainda que se tratam de imóveis que, por essência, têm alta velocidade de vendas. “Dessa forma, os estoques estão sendo consumidos rapidamente, a ponto da reposição de novos lançamentos não acompanhar. Seguramente há uma demanda reprimida para esse padrão nessas cidades, inclusive, pelo recém aumento do teto do programa habitacional , o que favorece novos lançamentos na região”, explica o presidente da Ademi-PR.
A pesquisa reúne ainda uma série de outros indicadores, como número de imóveis entregues, distribuição de unidades lançadas e oferta final por bairros, e dados do segmento imóveis comerciais.
Os associados da Ademi-PR podem baixar o estudo completo, clicando aqui.
Para se associar e, entre outros serviços, ter acesso à pesquisa, clique aqui.