Habitação de interesse social em Curitiba, veja cenário
Habitação de interesse social em Curitiba, veja cenário
A 20ª edição do Ademi Talks, webinar da Ademi-PR com os profissionais que são referência no mercado imobiliário nacional, tratou dos desafios e oportunidades em habitação de interesse social em Curitiba . Nesse sentido, as possibilidades com a nova versão do Minha Casa, Minha Vida e a necessidade de flexibilizar exigências da legislação em Curitiba estiveram em pauta.
Com mediação de Ricardo Reis, CEO da Reis Real Estate e diretor da Academia Ademi-PR), essa edição do Ademi Talks contou com a participação de Guilherme Werner, da Brain Inteligência Corporativa; Paulo Rafael Folador, da Rottas Construtora; José Mario Marin Jr., do Sinduscon-PR; e Carlos Henrique Passos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC).
Minha Casa, Minha Vida: novas regras
Inicialmente, Carlos Henrique Passos chamou a atenção para as oportunidades que surgem com a nova versão do Minha Casa, Minha Vida. Em síntese, tais oportunidades se apresentam em duas frentes, explicou ele.
A primeira, para a modalidade “operações subsidiadas”. Nestas, as construtoras podem protocolar na Caixa projetos de empreendimentos imobiliários para famílias com renda mensal de até dois salários mínimos. A Caixa aceita projetos, em cada estado, até o teto de 120% do volume de recursos correspondente a cada unidade da federação.
Por outro lado, a segunda modalidade, “a de grande potencial para o mercado”, nas palavras do dirigente da CBIC, é a de “operações financiadas”. Em sua avaliação, as construtoras precisam estar atentas às mudanças, para melhor aproveitar as chances que se abrem. “Essa segunda modalidade vai dar uma revitalizada forte nesse segmento [de habitação de interesse social]”, afirmou o especialista.
Habitação de interesse social em Curitiba
Por sua vez, Guilherme Werner apresentou completo estudo da BRAIN Inteligência Estratégica que demonstra o potencial de mercado de habitação de interesse social em Curitiba. Afinal, além do déficit de mais de 77 mil moradias, 43,7% das famílias curitibanas se enquadram nas faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, quase metade das famílias, conforme sublinhou o analista.
Ainda, a Brain comparou a situação de Curitiba com a de outras capitais, e constatou que a cidade está atrás em relação a várias delas. “Curitiba tem apenas 124 unidades em estoque [dentro do segmento habitação de interesse social]. Em São Paulo, nos últimos três anos foram 80 mil unidades lançadas. Porto Alegre e Goiânia também estão fomentando mais”, mencionou.
Necessidade de flexibilização
No entendimento de Paulo Rafael Folador e José Mario Marin Jr., algumas exigências para empreendimentos imobiliários em Curitiba inviabilizam a construção de unidades de habitação de interesse social. Por exemplo, a obrigatoriedade de uma vaga de garagem por unidade e da proporção área construída x área para recreação.
Segundo os analistas, são obrigatoriedades que encarecem os empreendimentos. “Só uma vaga de garagem custa de R$ 35 mil a R$ 40 mil”, citou Folador. “A exigência sobre a área de recreação demanda terrenos maiores”, acrescentou Marin Jr. Igualmente, ambos comentaram também sobre o número máximo de pavimentos sem a necessidade de elevador – quatro, em Curitiba, enquanto outras capitais liberam cinco.
O conteúdo do Ademi Talks, na íntegra, pode ser conferido nos canais da Ademi-PR no YouTube e no Spotify.