Financiamento imobiliário: juros devem cair
Financiamento imobiliário: juros devem cair
As taxas de juros para o financiamento imobiliário vão cair, mas não agora. A expectativa é de que essa redução ocorra a partir de 2024. Essas e outras avaliações são do vice-presidente financeiro da Ademi-PR, Gustavo Berto, CEO da Citá Properties, empresa especializada justamente em financiamento imobiliário.
Berto participou da edição 21 do Ademi Talks, bate-papo que tem a condução de Ricardo Reis, CEO da Reis Real Estate e diretor da Academia Ademi-PR. Com formação em Direito e Engenharia Civil, Berto tem especializações no mercado imobiliário e experiência de mais de dez anos na área.
Queda da Selic
No último dia 20, o Comitê de Política Econômica Monetária (Copom) do Banco Central decidiu-se pela redução de 0,5 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros da economia. Assim, essa taxa passou de 13,25% para 12,75% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo. Dessa forma, a Selic alcança o menor patamar desde junho de 2022.
Contudo, efeitos dessa diminuição no financiamento imobiliário não virão logo. É o que afirma Berto: “Os juros do financiamento imobiliário vão baixar? Vão, mas não agora. Em 2023, não há espaço [para queda]. Isso vai acontecer a partir do ano que vem”.
Outros fatores, além da Selic
Isso porque, explica o especialista, não é apenas a Selic que baliza as condições de juros do financiamento imobiliário.
Nesse sentido, o vice-presidente da Ademi-PR pontua o comportamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Isto é, a relação entre captações e retiradas da caderneta de poupança, já que 65% dos recursos armazenados na poupança são direcionados pelo SBPE ao financiamento imobiliário. Logo, assinala Berto, “o mercado imobiliário não é regido só pela Selic; é preciso analisar as captações da poupança”.
Taxas do financiamento imobiliário
Segundo o especialista, em média as taxas anuais do financiamento imobiliário estão entre 10,5% e 11%. Para 2024, o analista projeta redução para uma variação de 8,5% a 9%. Ou seja, percentuais próximos aos anteriores a 2022, quando o Copom iniciou o processo de elevação da Selic que agora está em reversão.
Para o diretor da Ademi-PR, o ambiente está mais “negociável”. Afinal, além da tendência de queda nas taxas de juros balizadoras, há a concorrência no sistema financeiro.
Concorrência essa que se dá pelo instrumento da portabilidade de crédito. Qual seja, aquele em que um cliente pode transferir sua dívida de um banco para outro, que ofereça condições vantajosas de quitação. Em função disso, antes que os clientes busquem a portabilidade, as próprias instituições procuram tais clientes propondo novas taxas, e assim impedir a migração.
O Ademi Talks 21 sobre as tendências de financiamento para o mercado imobiliário está disponível nos canais da Ademi-PR no YouTube e no Spotify.