Feira de Imóveis confirma aquecimento do mercado imobiliário

Feira de Imóveis confirma aquecimento do mercado imobiliário

23 de agosto de 2007

Feira de Imóveis confirma aquecimento do mercado imobiliário A Feira de Imóveis do Paraná, realizada de 15 a 19 de agosto no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba, confirmou as expectativas do mercado quanto ao aquecimento do setor imobiliário. Os negócios realizados no evento somaram R$ 13 milhões e os que serão fechados nas próximas semanas poderão até passar dos R$ 45 milhões previstos pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR), organizadora do evento. O montante é quase 50% maior do que o registrado entre feira e pós-feira em 2006. O evento apresentou mais de dez mil opções em imóveis novos e usados, de Curitiba e dos litorais paranaense e catarinense. Um dos motivos da maior quantidade de negócios foi o poder de decisão do público, que somou 30 mil visitantes, contra 25 mil de 2006. “Além da maior quantidade de pessoas, elas também estavam mais decididas quanto a fechar a compra do imóvel”, avaliou Hugo Peretti Neto, presidente da Ademi. Isto porque, segundo ele, há menos estoque de imóveis no mercado, os preços estão subindo e as facilidades de crédito estão maiores. “Por isso, as pessoas foram até a feira, compararam as opções e trataram de garantir a compra”. Mas, como acontece todos os anos, a feira acaba sendo também o local onde as pessoas iniciam uma compra que é fechada depois nas construtoras ou imobiliárias. Fernando Thá, diretor da Imobiliária Thá, dá bem a medida disso. “Para se ter uma idéia, vendemos na feira alguns imóveis que totalizaram R$ 1,1 milhão, mas vamos fechar a partir de agora pelo menos mais quatro vezes esse valor com os negócios que foram iniciados na feira”, contou. Para a Apolar Imóveis não foi diferente. “Tivemos a venda direta de 15 imóveis, num valor total de R$ 1,6 milhão, e estimamos que esse número seja triplicado, uma vez que muitos contatos iniciados na feira serão fechados futuramente”, afirma Daniel Galiano, diretor de vendas. Na Redeimóveis, associação que reúne 12 das principais imobiliárias de Curitiba (Cilar, Razão, Thá, Habitec, Moro, Galvão, Futurama, 2000, Estilo Imobiliário, Localite, Cibraco e Imoveltec) houve aumento nos negócios. “Não definimos valores, mas com certeza, em função dos contatos feitos, teremos pelo menos 30% de aumento nos negócios em relação ao ano passado”, conta Gerson Silva, diretor de marketing. Para Antonio Gutierrez, diretor comercial do Portal Imóveis Curitiba, a edição de 2007 foi a melhor dos últimos dez anos. “Vários fatores contribuíram para isso. O mercado está aquecido, a economia está favorável, os financiamentos estão mais acessíveis e não há excesso de estoque de imóveis, o que demanda uma maior agilidade na decisão dos consumidores”, explica. Uma das empresas que sentiu diretamente este cenário foi a H2A Empreendimentos, que considerou a feira surpreendente. “O público estava interessado e com vontade de comprar. Vendemos oito terrenos, totalizando mais de R$ 1 milhão. Nossa expectativa é de que mais dez negócios sejam fechados por conta da feira”, conta Gilda Hinz, sócia-gerente. A LN Incorporadora e a Portofino Condomínios esperam um volume de negócios três vezes maior do que o originado na feira do ano passado. Luiz Rodrigo Castro Santos, diretor comercial da Imoveltec, responsável pela comercialização dos empreendimentos das empresas, comentou que o estande do grupo recebeu um público variado, que comprou desde apartamentos com um quarto até coberturas. “Mas, a grande ‘sensação’ da feira foram os apartamentos com dois quartos e casas em condomínio”. Outro fator que mostra que os R$ 45 milhões de negócios entre feira e pós-feira deverão ser atingidos é a expectativa da Caixa Econômica Federal, que estava com estande no evento. “Entre as linhas de financiamento e a demanda por consórcio imobiliário esperamos viabilizar em torno de R$ 25 milhões em contratos encaminhados na feira”, afirma Gueber Roberto Laux, gerente Regional de Negócios da Caixa em Curitiba. Os consórcios de empresas privadas também foram bem procurados. A Ademilar Consórcio de Imóveis comercializou R$ 4,11 milhões em créditos futuros, que os consorciados receberão quando forem contemplados por sorteio ou lance. Segundo Claudir Santos, gerente comercial do consórcio, o valor médio do crédito adquirido também aumentou do ano passado para este. “Na feira de 2006 o valor médio de crédito era de R$ 45 mil. Neste ano, o volume médio chegou a R$ 92 mil. Acreditamos que este aumento se deve ao preço médio dos imóveis, que também cresceu, e ao aquecimento do mercado imobiliário”. O número recorde de visitantes vai beneficiar também o hospital Erasto Gaertner, que receberá 30 mil tijolos para obras de ampliação. A doação será feita pela Ademi, que havia prometido o material conforme o número de visitantes que fossem ao evento. Depoimentos do público O casal Angela, bancária, e Rodrigo Guimarães, engenheiro, está procurando um apartamento para morar na região do Alto da XV ou na Água Verde. Os dois se deram um prazo de um ano para fechar o negócio. “Fomos para a feira para olhar os imóveis e, principalmente, ver o que há de novo no mercado”, conta ela. Para Rodrigo outra vantagem do evento são as facilidades que as empresas oferecem. “São descontos e melhores opções de pagamento”, explica. Luiz Henrique de Paula é engenheiro e quer comprar um apartamento de dois quartos em no máximo um ano. “Já estava pesquisando alguns imóveis antes da feira, mas no evento ficou bem mais fácil ter uma melhor dimensão dos apartamentos, principalmente dos lançamentos que ainda estão em construção”. Tereza Cristina Noronha, assistente educacional, procurava um apartamento de dois quartos nos bairros Vila Izabel, Portão ou região. Ela esteve na feira para comparar preços e ver as diferentes opções de imóveis e encontrou o que procurava “Fiz uma reserva de um imóvel no Novo Mundo. O prédio é novo, do jeito que eu queria e dentro do preço que eu estava pensando em pagar. Devo fechar negócio”. O casal Danilo Souza, estagiário, e Thaís Turra, estudante, estão em busca de um apartamento de dois quartos no Batel ou região. Os dois esperam comprar o imóvel em um ano e optaram por visitar a feira por acreditar que nela as opções sejam mais vastas. “Vimos vários imóveis de várias construtoras e imobiliárias diferentes. O fato das empresas estarem reunidas também aumenta a concorrência e fica mais fácil encontrar boas opções tanto nos preços como nos próprios apartamentos”, explica Souza. Ulisses Hatschbach, segurança, procura um apartamento de um quarto na região do Uberaba ou São José dos Pinhais. Ele esperou a feira por acreditar que as empresas que nela participaram têm mais credibilidade. “Sinto-me mais seguro para fechar um negócio a partir de um contato feito no evento”, explica. Além disso, Hatschbach gostou de ver os lançamentos e do atendimento que encontrou na feira e aproveitou a oportunidade para ver as opções de consórcio. Saulo Barth, engenheiro, busca um apartamento de dois quartos e foi para a feira pesquisar as opções. Além disso, Barth aproveitou a oportunidade para tirar todas as suas dúvidas sobre consórcio. “Alguns amigos falavam do consórcio como uma boa opção, mas eu não estava completamente esclarecido sobre o assunto. Pude resolver isso e vi que realmente se trata de um bom negócio”.