Estoque de novos cai para 9,5 mil imóveis em Curitiba e registra o menor volume dos últimos cinco anos

Estoque de novos cai para 9,5 mil imóveis em Curitiba e registra o menor volume dos últimos cinco anos

18 de março de 2016

O estoque de apartamentos residenciais novos recuou ainda mais em Curitiba e totalizou 9.575 unidades em janeiro desse ano, menor volume desde dezembro de 2011, quanto havia 10.643 imóveis novos disponíveis para a venda na cidade. Os dados da pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), em parceria com a BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, revelam ainda que pela primeira vez nos últimos cinco anos o estoque na capital paranaense ficou abaixo de 10 mil unidades, com uma disponibilidade de 27,8% em relação ao total de unidades ofertadas. Em janeiro de 2015, havia 11.100 unidades em estoque em Curitiba.

A presidente da Ademi/PR, Aline Perussolo Soares, reforça que esse é um indicador bastante importante para o mercado de lançamentos imobiliários. “Esses dados sinalizam claramente uma adequação da relação entre oferta e demanda na cidade, especialmente nos padrões que concentram a maior fatia de unidades lançadas. Esse forte recuo deve-se a um conjunto de fatores, como a redução de novos empreendimentos na cidade, especialmente dos condomínios-clubes com mais de 300 apartamentos, e do esforço das construtoras e incorporadoras para a venda de imóveis prontos para morar, evitando a concorrência com o imóvel na planta”, analisa.

O diretor de Pesquisa de Mercado da entidade, Fábio Tadeu Araújo, diz ainda que o resultado indica uma mudança no perfil das vendas realizadas e no planejamento dos novos empreendimentos verticais na cidade. “A análise do cadastro do comprador pelas empresas tem sido mais rigorosa e assertiva o que implica numa redução na quantidade de distratos, tanto em unidades prontas para morar, quanto na planta. Além disso, as construtoras e incorporadoras estão mais detalhistas no planejamento dos novos empreendimentos, voltando-se a nichos para o atendimento de perfis de clientes específicos, o que gera uma venda mais qualificada”, explica.

A pesquisa revela ainda os padrões que tiveram as reduções mais significativas de imóveis novos em estoque em Curitiba no período. Em dezembro de 2011, um em cada três apartamentos em estoque em Curitiba era da categoria standard, com preço de R$ 250 mil a R$ 400 mil, o que totalizava 3.305 unidades. Em janeiro desse ano, a proporção caiu para um em cada quatro apartamentos, com 2.302 unidades.

O mesmo aconteceu com os studios, lofts e apartamentos de um dormitório. Em dezembro de 2011, um em cada quatro apartamentos em estoque pertencia ao padrão, que abrigava 2.500 imóveis. Já em janeiro de 2016, a proporção baixou para um em cada cinco imóveis novos, com 1.864 unidades. Juntos, os dois padrões concentram metade dos apartamentos residenciais colocados à venda na capital paranaense desde 2008.

O levantamento também mostrou que a redução mais significativa entre os imóveis novos em estoque foi para os empreendimentos com 2 e 3 dormitórios. Nessa tipologia, a quantidade de imóveis disponíveis caiu praticamente pela metade, passando de 4.463 unidades em dezembro de 2011, para 2.467 unidades em janeiro desse ano. Além disso, houve uma queda acentuada de estoque nos empreendimentos com unidades de 1 e 2 dormitórios, da ordem de 18%. Em dezembro de 2011, havia 2.849 apartamentos com essa configuração em Curitiba, contra 2.343 no primeiro mês desse ano.

A presidente da Ademi/PR ressalta que, nessa categoria, também se verifica que o maior ajuste se deu para os segmentos em que concentram a maior oferta da cidade. “Acreditamos numa redução ainda maior do estoque na cidade, chegando a menos de 25% de disponibilidade até o fim desse ano, ainda como reflexo desse esforço para ajuste da oferta disponível pelas empresas do setor. A elevação do teto para financiamento do imóvel usado pela Caixa Econômica Federal aos clientes privados, de 50% para 70% para as edificações, no Paraná, com preço de até R$ 650 mil, também deve impulsionar essa queda do estoque, levando em conta que o banco concentra em torno de 70% do financiamento habitacional no país”, prevê Aline.

Preços – Como consequência de um cenário com estoque em queda e redução de oferta, o preço dos apartamentos residenciais novos acumulou alta em janeiro de 2016, em relação a dezembro de 2015. Ainda conforme a pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) o valor médio do metro quadrado privativo dos apartamentos residenciais novos na capital foi corrigido em 0,8% na variação mensal, chegando à média de R$ 6.550,67. O destaque continua para os apartamentos de quatro dormitórios, que foram reajustados em 2,4% – o dobro da inflação registrada no período – com metro quadrado privativo médio a R$ 10.110,00.

“O aumento dos preços na média geral foi intensificado em função da virada do ano, enquanto reflexo do aumento dos insumos da construção, especialmente materiais e equipamentos, culminando na alta do valor de venda dos novos empreendimentos. No caso dos apartamentos de quatro dormitórios, a média foi influenciada pelo lançamento de um condomínio superluxo na cidade no período”, analisa o diretor de Pesquisa de Mercado da associação, Fábio Tadeu Araújo. Nos últimos 12 meses, tendo janeiro como mês de referência, o preço médio dos apartamentos residenciais novos foi corrigido em 5,5% em Curitiba.

Na análise por bairro, e ainda considerando o primeiro mês desse ano, o Batel continua a deter o maior valor do metro quadrado privativo para studios, lofts e apartamentos de um dormitório, na média de R$ 10.548,00. O bairro também tem o maior valor do metro quadrado privativo para os apartamentos residenciais novos de dois e três dormitórios, com média de R$ 11.991,00 e de R$ 8.569,00, assim como para os imóveis com quatro dormitórios, com metro quadrado privativo médio a R$ 12.079,00.

A pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e da BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa para o período contou com uma amostra de 376 empreendimentos e 10.266 apartamentos residenciais novos (na planta, em construção ou concluídos) à venda por construtoras, incorporadoras e imobiliárias, em Curitiba.