As melhores opções de funding imobiliário em 2022
As melhores opções de funding imobiliário em 2022
O ano começou com alta da taxa básica de juros da economia, a Selic. Dessa forma, a medida encarece o crédito para investimentos e afeta o mercado de imóveis. Então, quais as melhores opções de funding imobiliário em 2022?
Com 15 anos de atuação no mercado de financiamento imobiliário, o vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Berto, explica que a atual conjuntura econômica do Brasil impõe desafios aos bancos, agentes de financiamento. “Eles precisam complementar o funding tradicional, com outras opções”, afirma.
Assim, a opção mais tradicional de funding imobiliário no país é composta por recursos de captação da poupança, assinala Berto, que é sócio-fundador do Citá Properties – organização especializada em crédito, consultoria e cursos in company ao mercado imobiliário. Além disso, outras opções usuais são os certificados bancários.
Os certificados bancários
Fazem parte desses certificados as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), as Letras Hipotéticas (LHs), os Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letra Imobiliária Garantida (LIGs).
Para o especialista, o momento não permite cravar uma dessas opções como “a melhor”.
De acordo com ele: “Como o maior share de mercado ainda é a captação de poupança, não podemos falar em uma ‘melhor’ opção. O que pode ocorrer naturalmente, com uma economia, digamos, mais instável, é que a captação da poupança tende a diminuir, como vem diminuindo. Assim sendo, em mantendo-se o apetite pelo financiamento imobiliário, os bancos passam a ter uma desafio maior em complementar o funding tradicional (poupança) com outros certificados”.
Efeitos da guerra na Ucrânia
Além da instabilidade interna, o cenário externo contribui desfavoravelmente. Afinal, o mundo acompanha apreensivo hoje ao conflito no Leste Europeu. Por ora, tratam-se de ataques da Rússia contra a Ucrânia. Contudo, as raízes do conflito – o embate geopolítico entre Rússia e Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que inclui Estados Unidos e União Europeia) – alertam para consequências ainda mais graves.
Como essa conjuntura internacional abala o mercado imobiliário nacional? Alguma das modalidades de funding imobiliário poderia estar menos suscetível a esses efeitos?
Para Berto, “sim, poderemos ter primeiramente reflexos na macroeconomia do Brasil”. Por consequência, continua ele, “isso pode afetar as taxas de juros do mercado de financiamento imobiliário”. Dessa forma, tem-se o conhecido círculo vicioso: “Com taxas mais altas, as pessoas naturalmente perdem poder de compra, impactando assim o mercado como um todo”.
O especialista sublinha que, como toda tomada de crédito, o imobiliário também sofre os efeitos da conjuntura econômica interna. Esta, no momento, vem sendo marcada por, entre outros problemas, o da alta da inflação. Para conter o índice inflacionário, o caminho escolhido atinge o custo do crédito. “O governo brasileiro optou por aumentar a taxa básica de juros como uma ferramenta a frear a inflação”, pontua Berto.